Exames Laboratoriais Antes da Cirurgia do Sistema Geniturinário
Exames Laboratoriais Antes da
Cirurgia do Sistema Geniturinário
As cirurgias do sistema geniturinário, como prostatectomias e ureterolitotripsias para tratamento de cálculos renais, são procedimentos comuns para abordar condições como hiperplasia prostática benigna, câncer de próstata ou litíase urinária. Esses procedimentos requerem uma avaliação pré-operatória detalhada, incluindo exames laboratoriais, para garantir a segurança do paciente, minimizar riscos perioperatórios e otimizar os resultados cirúrgicos. Esses exames ajudam a identificar condições que possam aumentar complicações, como infecções, sangramentos ou disfunções metabólicas, além de orientar o manejo anestésico.
Hemograma Completo
O hemograma completo é um exame fundamental para avaliar o estado hematológico do paciente. A contagem de hemácias e hemoglobina é essencial para detectar anemia, que pode comprometer a oxigenação tecidual durante a cirurgia, especialmente em procedimentos como prostatectomia, que apresentam risco de sangramento. Alterações nos leucócitos podem indicar infecções urinárias ou sistêmicas, condições frequentes em pacientes com cálculos renais ou obstrução urinária, exigindo tratamento prévio. A contagem de plaquetas é crucial, pois valores baixos aumentam o risco de sangramentos, enquanto valores elevados podem predispor a eventos trombóticos.
Função Renal e Eletrólitos
Exames como ureia, creatinina e eletrólitos (sódio, potássio, cálcio) são indispensáveis para avaliar a função renal, especialmente em cirurgias geniturinárias, onde a saúde renal é diretamente impactada. Alterações na função renal, como insuficiência causada por obstrução ureteral ou pielonefrite, podem afetar a eliminação de medicamentos anestésicos e contrastes radiológicos usados em procedimentos como ureterolitotripsia. Desequilíbrios eletrolíticos, como hipercalemia ou hiponatremia, podem predispor a arritmias ou outras complicações, sendo particularmente relevantes em pacientes com doença renal crônica.
Coagulograma
O coagulograma, que inclui tempo de protrombina (TP), tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA) e razão normalizada internacional (INR), avalia a capacidade de coagulação. Esses exames são fundamentais em cirurgias geniturinárias, como prostatectomia, devido ao risco de sangramento significativo na região pélvica altamente vascularizada. Pacientes em uso de anticoagulantes ou com histórico de distúrbios de coagulação requerem monitoramento rigoroso para evitar complicações hemorrágicas ou trombóticas.
Glicemia de Jejum e Hemoglobina Glicada
A glicemia de jejum e a hemoglobina glicada (HbA1c) são recomendadas para avaliar o controle glicêmico, especialmente em pacientes com diabetes, uma comorbidade comum em candidatos à cirurgia de próstata. O diabetes descontrolado aumenta o risco de infecções urinárias pós-operatórias e retarda a cicatrização, o que é crítico em procedimentos que envolvem manipulação do trato urinário. A HbA1c fornece uma visão do controle glicêmico nos últimos meses, permitindo ajustes terapêuticos antes da cirurgia.
Função Hepática
Testes de função hepática, como alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST) e bilirrubinas, são indicados para avaliar a capacidade do fígado de metabolizar medicamentos anestésicos e analgésicos. Alterações hepáticas podem aumentar o risco de toxicidade medicamentosa ou sangramentos, especialmente em pacientes com hepatopatia preexistente, que pode ser secundária a condições metabólicas associadas à obesidade ou diabetes.
Urocultura e Antibiograma
A urocultura com antibiograma é um exame específico e essencial antes de cirurgias geniturinárias, devido ao alto risco de infecções do trato urinário, especialmente em pacientes com cálculos renais ou obstrução urinária. A identificação de bactérias e sua sensibilidade a antibióticos orienta a profilaxia ou o tratamento de infecções ativas, reduzindo o risco de complicações como pielonefrite ou sepse pós-operatória.
Exames Complementares
Outros exames podem ser necessários conforme o perfil do paciente. A dosagem de antígeno prostático específico (PSA) é frequentemente solicitada em cirurgias de próstata para avaliar o risco de malignidade. Marcadores inflamatórios, como proteína C reativa (PCR), ajudam a descartar processos infecciosos ativos. A tipagem sanguínea é recomendada em procedimentos com maior risco de sangramento, como prostatectomia radical, para facilitar transfusões, se necessário.
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A avaliação pré-operatória para cirurgias do sistema geniturinário exige uma abordagem sistemática, com exames laboratoriais que identifiquem riscos hematológicos, renais, infecciosos e metabólicos. Hemograma, função renal, coagulograma, glicemia, função hepática e urocultura formam a base dessa avaliação, sendo complementados por testes específicos conforme as condições do paciente. Essa estratégia, aliada à anamnese detalhada e exames de imagem, como tomografia para cálculos renais, garante maior segurança, reduz complicações e promove melhores desfechos em procedimentos como prostatectomias e ureterolitotripsias.
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