CGH Convencional
CGH Convencional
A Citogenômica Comparativa por Hibridização Genômica Convencional (CGH) é uma técnica citogenética molecular desenvolvida para a detecção de variações no número de cópias de DNA em amostras genômicas. Utilizada principalmente na análise de anomalias cromossômicas associadas a cânceres e doenças genéticas, essa técnica permitiu avanços significativos na identificação de alterações cromossômicas balanceadas e não balanceadas. Este artigo revisa os princípios teóricos do CGH convencional, sua metodologia, aplicações clínicas e avanços recentes na área.
A citogenômica tem evoluído significativamente nas últimas décadas, permitindo uma análise mais detalhada das alterações genéticas responsáveis por diversas doenças. Antes do advento da hibridização genômica comparativa, métodos como o cariótipo convencional e a hibridização in situ fluorescente (FISH) apresentavam limitações na detecção de pequenas deleções e amplificações genômicas. O CGH convencional surgiu como uma ferramenta capaz de fornecer um panorama mais amplo das alterações cromossômicas em uma única análise, sem a necessidade de cultura celular.
A técnica de CGH convencional baseia-se na hibridização competitiva de DNA marcado diferencialmente. O DNA da amostra teste e o DNA controle são marcados com fluorocromos distintos e hibridizados simultaneamente em cromossomos metafásicos normais. As intensidades relativas dos sinais fluorescentes são analisadas por microscopia de fluorescência e softwares específicos, permitindo a detecção de ganhos e perdas de segmentos cromossômicos.
Entre as principais aplicações do CGH convencional, destacam-se:
Cânceres sólidos e hematológicos: Identificação de amplificações e deleções genômicas associadas à progressão tumoral.
Análises genéticas pré-natais: Avaliação de anomalias cromossômicas fetais em gestações de risco.
Síndromes genéticas: Detecção de rearranjos cromossômicos responsáveis por doenças genéticas raras.
Metodologia do Exame CGH Convencional O procedimento do CGH convencional envolve as seguintes etapas:
Extração e rotulagem do DNA: O DNA do paciente e da amostra controle são extraídos e marcados com fluorocromos distintos.
Hibridização em cromossomos metafásicos: As amostras são co-hibridizadas em lâminas contendo cromossomos metafásicos normais.
Microscopia de fluorescência: As imagens fluorescentes são adquiridas e analisadas.
Análise computacional: Softwares especializados quantificam as variações na intensidade de fluorescência, indicando possíveis amplificações e deleções cromossômicas.
Aplicações Clínicas do CGH Convencional O CGH convencional tem sido amplamente utilizado na detecção de anomalias cromossômicas em diversas condições clínicas, incluindo:
Oncologia: Detecção de perdas e ganhos cromossômicos em tumores sólidos como câncer de mama, próstata e pulmão.
Genética clínica: Investigação de síndromes genéticas causadas por desequilíbrios cromossômicos.
Diagnóstico pré-natal: Análise de anomalias cromossômicas em fetos com suspeita de síndromes genéticas.
Avanços Recentes e Técnicas Complementares Embora o CGH convencional tenha representado um grande avanço na citogenômica, sua resolução limitada levou ao desenvolvimento de técnicas aprimoradas, como:
Array-CGH (aCGH): Utiliza microarranjos de DNA para aumentar a resolução da detecção de variações no número de cópias.
Integração com NGS (Next-Generation Sequencing): Combinação de CGH com sequenciamento genômico para análise mais detalhada.
Uso de células tumorais isoladas: Permite a identificação de heterogeneidade genética em amostras tumorais.
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O CGH convencional representou um marco na citogenômica ao possibilitar a análise ampla do genoma sem a necessidade de cultura celular. No entanto, sua resolução limitada levou ao desenvolvimento de técnicas mais avançadas, como o aCGH e o sequenciamento de nova geração. Ainda assim, o CGH convencional continua sendo uma ferramenta valiosa na investigação de anomalias cromossômicas e no estudo de cânceres e doenças genéticas.
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