Citogenômica Comparativa por Hibridização Genômica em Array (aCGH)
Citogenômica Comparativa por Hibridização Genômica em Array (aCGH)
A Citogenômica Comparativa por Hibridização Genômica em Array (aCGH) é uma técnica molecular avançada usada para detectar variações no número de cópias de DNA em nível genômico. Essa metodologia revolucionou a análise citogenética ao oferecer maior sensibilidade e resolução na identificação de deleções e amplificações gênicas associadas a doenças genéticas e cânceres. Este artigo revisa os princípios teóricos do aCGH, sua metodologia, aplicações clínicas e avanços recentes na área.
A análise citogenética clássica, incluindo o cariótipo e a hibridização in situ fluorescente (FISH), tem sido amplamente utilizada para detectar aberrações cromossômicas. No entanto, essas técnicas apresentam limitações em termos de resolução. A tecnologia aCGH supera essas limitações ao permitir a detecção de variações no número de cópias de DNA em uma escala muito mais precisa, auxiliando no diagnóstico de doenças genéticas, síndromes de microdeleção e tumores.
O aCGH é baseado na comparação entre uma amostra de DNA do paciente e uma amostra controle. Ambas são marcadas com fluorocromos distintos e hibridizadas em uma matriz de oligonucleotídeos ou BACs (Bacterial Artificial Chromosomes). As intensidades relativas dos sinais fluorescentes indicam a presença de deleções ou amplificações genômicas.
Entre as principais aplicações do aCGH, destacam-se:
Síndromes de microdeleção/microduplicação: Detecção de síndromes como DiGeorge (22q11.2), Williams-Beuren (7q11.23) e Prader-Willi/Angelman (15q11-q13).
Cânceres hematológicos e sólidos: Identificação de alterações em oncogenes e genes supressores de tumor, como MYC, TP53 e EGFR.
Distúrbios do neurodesenvolvimento: Aplicação no diagnóstico de autismo e deficiência intelectual.
Metodologia do Exame aCGH A execução do aCGH envolve as seguintes etapas:
Extração e fragmentação do DNA: O DNA genômico é extraído da amostra e fragmentado.
Marcação diferencial: O DNA do paciente e o controle são marcados com fluorocromos distintos.
Hibridização na matriz: As amostras são hibridizadas em uma lâmina contendo sondas específicas.
Leitura e análise computacional: Um scanner de microarranjo detecta as intensidades fluorescentes, e softwares especializados interpretam os dados.
Aplicações Clínicas do aCGH O aCGH tem se tornado uma ferramenta essencial na medicina personalizada e diagnóstico genético, incluindo:
Diagnóstico pré-natal e pós-natal: Detecção de anomalias cromossômicas em fetos e recém-nascidos.
Oncologia: Investigação de alterações cromossômicas em neoplasias hematológicas e tumores sólidos.
Genética médica: Diagnóstico de doenças hereditárias e síndromes genéticas raras.
Avanços Recentes e Técnicas Complementares Os avanços recentes na citogenômica incluem:
aCGH de alta densidade: Uso de microarranjos com maior número de sondas para detecção de variações menores.
Integração com sequenciamento de nova geração (NGS): Proporciona uma visão mais abrangente das alterações genéticas.
Análises epigenômicas associadas: Investigação do impacto das variações no número de cópias na expressão gênica.
A técnica aCGH revolucionou a citogenética ao permitir uma análise mais detalhada do genoma, auxiliando no diagnóstico de diversas condições genéticas e cânceres. Com o avanço da tecnologia e sua integração com outras metodologias, espera-se que o aCGH continue sendo uma ferramenta essencial na medicina personalizada e na genômica clínica.
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