Exame de Cariótipo de Medula Óssea
Exame de Cariótipo de Medula Óssea
A análise citogenética da medula óssea desempenha um papel fundamental na investigação de desordens hematológicas, fornecendo informações críticas sobre a biologia da doença. Desde sua introdução na prática clínica, o exame de cariótipo tem permitido a identificação de translocações, deleções, duplicações e outras anomalias que impactam o desenvolvimento e a progressão de doenças malignas do sangue. O presente estudo revisa os aspectos teóricos e metodológicos desse exame, discutindo sua importância clínica e os avanços recentes.
Metodologia do Exame O exame de cariótipo de medula óssea envolve diversas etapas laboratoriais:
Coleta e preparo da amostra: A amostra de medula óssea é obtida por punção aspirativa, geralmente da crista ilíaca posterior, e processada para cultivo celular.
Cultivo celular: As células da medula óssea são cultivadas em meio adequado para estimular a divisão celular, sendo interrompidas na metáfase por agentes mitóticos como a colchicina.
Coloração e montagem do cariótipo: Os cromossomos são corados por técnicas como Giemsa (banda G), facilitando sua visualização e análise microscópica.
Análise citogenética: A avaliação das metáfases permite a identificação de alterações cromossômicas numéricas (aneuploidias) e estruturais (translocações, deleções, inversões, duplicações).
Aplicações Clínicas O exame de cariótipo da medula óssea é amplamente utilizado no diagnóstico e manejo de doenças hematológicas. Algumas das principais aplicações incluem:
Diagnóstico de leucemias e síndromes mielodisplásicas: Identificação de translocações e outras alterações associadas a subtipos específicos.
Prognóstico e estratificação de risco: Algumas anomalias cromossômicas estão relacionadas a melhores ou piores prognósticos, influenciando a escolha do tratamento.
Monitoramento da resposta terapêutica: O acompanhamento da persistência ou desaparecimento de alterações cromossômicas auxilia na avaliação da eficácia do tratamento e na detecção precoce de recaídas.
Avanços Recentes e Técnicas Complementares Apesar da utilidade clínica do exame de cariótipo, novas abordagens moleculares têm sido desenvolvidas para aumentar sua sensibilidade e especificidade. Entre elas:
Hibridização in situ por fluorescência (FISH): Técnica que permite a detecção de alterações cromossômicas específicas com maior sensibilidade, mesmo em células não em metáfase.
Array-CGH (Comparative Genomic Hybridization): Método que possibilita a detecção de perdas e ganhos de material genético em alta resolução.
Sequenciamento de nova geração (NGS): Análise genética que complementa a citogenética clássica, identificando mutações genéticas relevantes para a patogênese das doenças hematológicas.
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O exame de cariótipo de medula óssea continua sendo um método essencial na investigação de doenças hematológicas, fornecendo informações valiosas para diagnóstico, prognóstico e escolha terapêutica. No entanto, a integração com técnicas moleculares avançadas permite uma abordagem mais abrangente, aumentando a precisão na detecção de anomalias genéticas. A evolução contínua da citogenética e da genômica promete aprimorar ainda mais o entendimento e o manejo das doenças do sangue.
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