FISH para Deleções

 FISH para Deleções



Hibridização in situ Fluorescente (FISH) para Deleções

A hibridização in situ fluorescente (FISH) é uma técnica citogenética molecular amplamente utilizada para a detecção e localização de sequências específicas de DNA em cromossomos. Uma das aplicações mais relevantes do FISH é a identificação de deleções gênicas, que desempenham um papel crucial no diagnóstico e prognóstico de diversas doenças genéticas e cânceres. Este artigo revisa os fundamentos teóricos da técnica FISH, sua metodologia específica para deleções, aplicações clínicas e avanços recentes na área.


As deleções gênicas referem-se à perda de segmentos do DNA, resultando na ausência de genes essenciais para o funcionamento celular. Essas anomalias são frequentemente observadas em doenças genéticas hereditárias e cânceres, podendo levar à perda da função de genes supressores de tumor. A técnica FISH é amplamente utilizada para detectar essas deleções de maneira rápida e precisa, auxiliando na escolha de terapias direcionadas e no monitoramento da progressão da doença.

Fundamentação Teórica A técnica FISH baseia-se na hibridização de sondas de DNA ou RNA marcadas com fluorocromos a sequências complementares no genoma. No contexto das deleções gênicas, são utilizadas sondas específicas que permitem a identificação da ausência de um segmento genômico. Entre as principais deleções identificáveis por FISH, destacam-se:

  • 1p/19q: Deleções no cromossomo 1p e 19q são características de oligodendrogliomas e associadas a melhor resposta a quimioterapia.

  • 13q14 (RB1): Deleção no gene RB1, associada ao retinoblastoma e a alguns tipos de leucemia.

  • 17p13 (TP53): Deleção do gene TP53, encontrada em leucemias e outros tumores sólidos.

  • 22q11.2: Deleção associada à síndrome de DiGeorge, uma doença genética hereditária.

  • 5q-: Deleção observada na síndrome mielodisplásica, impactando o prognóstico e tratamento.

Metodologia do Exame FISH para Deleções A detecção de deleções gênicas por FISH envolve as seguintes etapas:

  • Preparação da amostra: O material biológico pode ser obtido de biópsias tumorais, sangue periférico ou amostras fixadas em parafina.

  • Desnaturação e hibridização: O DNA da amostra é desnaturado para permitir a ligação específica das sondas FISH ao DNA-alvo.

  • Uso de sondas específicas: Para deleções, são empregadas sondas de número de cópias (copy number probes) ou sondas de locus específico.

  • Análise por microscopia de fluorescência: A ausência de sinal fluorescente indica a presença de uma deleção gênica.

Aplicações Clínicas da FISH para Deleções A técnica FISH tem se mostrado essencial no diagnóstico e prognóstico de diversas condições genéticas e neoplasias, incluindo:

  • Doenças genéticas hereditárias: Identificação de deleções em síndromes como DiGeorge e Prader-Willi.

  • Cânceres hematológicos: Deleções de TP53 e 5q- impactam prognóstico e direcionamento terapêutico.

  • Tumores sólidos: Deleções de 1p/19q em gliomas são preditivas de resposta à terapia.

Avanços Recentes e Técnicas Complementares A evolução da citogenética molecular tem aprimorado a detecção de deleções por FISH, com destaque para:

  • FISH de alta resolução: Permite maior precisão na detecção de pequenas deleções.

  • FISH em tecido parafinado (FFPE-FISH): Facilita o uso da técnica em amostras arquivadas.

  • Combinação com NGS (Next-Generation Sequencing): Complementa a análise FISH, permitindo a caracterização detalhada de regiões deletadas.


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A técnica FISH para deleções representa um avanço significativo na citogenética molecular, oferecendo um método rápido e preciso para a detecção de alterações gênicas associadas a diversas condições clínicas. Com a contínua evolução da biotecnologia, espera-se que novas abordagens aumentem ainda mais a sensibilidade e aplicabilidade dessa ferramenta, promovendo um impacto positivo na medicina personalizada e na oncologia de precisão.

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