Hibridização in situ Fluorescente (FISH) para Amplificações
Hibridização in situ Fluorescente (FISH) para Amplificações
A hibridização in situ fluorescente (FISH) é uma técnica citogenética molecular amplamente utilizada para a detecção e localização de sequências específicas de DNA em cromossomos. Uma das aplicações mais relevantes do FISH é a identificação de amplificações gênicas, que desempenham um papel crucial no diagnóstico e prognóstico de diversas doenças genéticas e cânceres. Este artigo revisa os fundamentos teóricos da técnica FISH, sua metodologia específica para amplificações, aplicações clínicas e avanços recentes na área.
As amplificações gênicas referem-se ao aumento do número de cópias de uma determinada região do DNA dentro do genoma. Essas anomalias são frequentemente observadas em cânceres e podem levar à superexpressão de oncogenes, conferindo maior agressividade tumoral e resistência a tratamentos. A técnica FISH é amplamente utilizada para detectar essas amplificações de maneira rápida e precisa, auxiliando na escolha de terapias direcionadas e no monitoramento da resposta ao tratamento.
Fundamentação Teórica A técnica FISH baseia-se na hibridização de sondas de DNA ou RNA marcadas com fluorocromos a sequências complementares no genoma. No contexto das amplificações gênicas, são utilizadas sondas específicas que permitem a identificação do aumento no número de cópias de um gene-alvo. Entre as principais amplificações identificáveis por FISH, destacam-se:
HER2 (ERBB2): Associado ao câncer de mama e gástrico, determinante para a indicação de terapias com trastuzumabe.
MYC: Presente em diversos tumores, como linfoma de Burkitt e câncer de pulmão.
EGFR: Relacionado ao câncer de pulmão de células não pequenas, impactando o uso de inibidores de tirosina quinase.
CCND1 (Ciclina D1): Amplificação frequente no carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço.
MDM2: Implicado em sarcomas, como lipossarcoma bem diferenciado e osteossarcoma.
Metodologia do Exame FISH para Amplificações A detecção de amplificações gênicas por FISH envolve as seguintes etapas:
Preparação da amostra: O material biológico pode ser obtido de biópsias tumorais, sangue periférico ou amostras fixadas em parafina.
Desnaturação e hibridização: O DNA da amostra é desnaturado para permitir a ligação específica das sondas FISH ao DNA-alvo.
Uso de sondas específicas: Para amplificações, são empregadas sondas de número de cópias (copy number probes) ou de locus específico.
Análise por microscopia de fluorescência: A avaliação da intensidade e quantidade de sinais fluorescentes permite determinar o grau de amplificação gênica.
Aplicações Clínicas da FISH para Amplificações A técnica FISH tem se mostrado essencial no diagnóstico e prognóstico de diversas neoplasias, incluindo:
Câncer de mama e gástrico: A detecção da amplificação de HER2 orienta o tratamento com terapias-alvo.
Câncer de pulmão: Amplificações de EGFR e MET influenciam a escolha de inibidores específicos.
Tumores hematológicos: Amplificações de MYC são importantes no diagnóstico de linfomas agressivos.
Sarcomas: A amplificação de MDM2 diferencia lipossarcomas bem diferenciados de outras neoplasias mesenquimais.
Avanços Recentes e Técnicas Complementares A evolução da citogenética molecular tem aprimorado a detecção de amplificações por FISH, com destaque para:
FISH quantitativo: Análise digital de imagens para quantificação precisa da amplificação gênica.
FISH em tecido parafinado (FFPE-FISH): Aplicação em amostras fixadas, permitindo diagnóstico retrospectivo.
Combinação com NGS (Next-Generation Sequencing): Complementa a análise FISH, proporcionando um perfil molecular detalhado do tumor.
*****
A técnica FISH para amplificações representa um avanço significativo na citogenética molecular, oferecendo um método rápido e preciso para a detecção de alterações gênicas associadas a diversas neoplasias. Com a contínua evolução da biotecnologia, espera-se que novas abordagens aumentem ainda mais a sensibilidade e aplicabilidade dessa ferramenta, promove
Comentários
Postar um comentário