PTH (Hormônio Paratireoidiano)
PTH (Hormônio Paratireoidiano)
O hormônio paratireoidiano (PTH) é uma proteína polipeptídica secretada pelas glândulas paratireoides e desempenha um papel crucial na regulação do metabolismo do cálcio, fósforo e, consequentemente, da homeostase óssea. Sua principal função é aumentar os níveis de cálcio no sangue, promovendo a liberação de cálcio dos ossos, a reabsorção de cálcio nos rins e a ativação da vitamina D nos rins, o que facilita a absorção de cálcio no trato gastrointestinal. O PTH, portanto, é fundamental para a manutenção da mineralização óssea e para a saúde dos sistemas esquelético e renal.
Os exames laboratoriais que medem os níveis de PTH são ferramentas essenciais para diagnosticar distúrbios relacionados ao cálcio e fósforo, como a hiperparatireoidismo primário, secundário e terciário, além de monitorar pacientes com distúrbios renais crônicos e doenças ósseas metabólicas. A dosagem do PTH é, portanto, um componente chave na avaliação de doenças como osteoporose, osteomalácia, e doenças associadas ao desequilíbrio de cálcio e fósforo.
Função do PTH e Regulação
O PTH é secretado pelas glândulas paratireoides em resposta a uma redução nos níveis séricos de cálcio. Sua principal função é restaurar esses níveis normais, promovendo a reabsorção óssea e a liberação de cálcio na corrente sanguínea. O PTH age de forma direta sobre os ossos, rins e intestinos para regular o cálcio extracelular. Quando os níveis de cálcio estão baixos, o PTH é secretado para aumentar a concentração de cálcio no sangue, enquanto quando os níveis de cálcio estão elevados, a secreção de PTH é inibida.
Além disso, o PTH também regula os níveis de fósforo, já que a quantidade de fósforo no sangue está inversamente relacionada aos níveis de cálcio. O PTH age nos rins, inibindo a reabsorção de fósforo, o que ajuda a reduzir sua concentração no sangue. Com a sua ação no osso, o PTH pode induzir a osteoclastogênese, ou seja, a ativação dos osteoclastos responsáveis pela reabsorção óssea, liberando cálcio e fósforo no sangue.
Exames Laboratoriais para Avaliação do PTH
Os exames laboratoriais para avaliação do PTH podem ser divididos em testes que medem a forma total ou a forma ativa do hormônio. A avaliação desses exames é essencial para o diagnóstico de várias condições médicas, incluindo doenças paratireoides, distúrbios ósseos e problemas renais.
PTH Total
O exame de PTH total mede a quantidade total de PTH circulante no sangue, que inclui tanto a forma biologicamente ativa do hormônio quanto formas não ativadas ou fragmentos do PTH. A dosagem de PTH total é comumente realizada em pacientes com distúrbios do metabolismo do cálcio, como hipocalcemia, hipercalcemia e doenças ósseas. Quando os níveis de cálcio no sangue estão alterados, o médico pode solicitar a medição dos níveis de PTH para investigar se a causa está relacionada à disfunção das paratireoides.
O exame de PTH total é útil no diagnóstico de várias condições, tais como:
Hiperparatireoidismo primário: Quando as glândulas paratireoides secretam PTH em excesso, o que resulta em níveis elevados de cálcio no sangue. O PTH total é elevado neste caso, enquanto os níveis de cálcio e fósforo podem ser desregulados.
Hiperparatireoidismo secundário: Ocorre frequentemente em pacientes com doenças renais crônicas, onde a incapacidade dos rins de excretar fósforo e ativar vitamina D leva a baixos níveis de cálcio. Nesse caso, o PTH será elevado como uma tentativa do organismo de normalizar os níveis de cálcio.
Hipoparatireoidismo: Quando há uma deficiência de PTH, levando a níveis baixos de cálcio no sangue e sinais clínicos de tetania ou espasmos musculares.
PTH Intacto
O exame de PTH intacto mede a forma ativa do hormônio, ou seja, o PTH que ainda possui capacidade de exercer suas funções biológicas. Este exame é mais específico para diagnosticar doenças relacionadas à disfunção das glândulas paratireoides, uma vez que reflete melhor a secreção de PTH biologicamente ativo.
O PTH intacto é útil no diagnóstico e monitoramento de:
Hiperparatireoidismo primário: Quando as glândulas paratireoides estão hiperativas e secretam PTH em excesso. O PTH intacto estará elevado nesse quadro.
Distúrbios renais crônicos: No hiperparatireoidismo secundário, os rins não conseguem excretar fósforo adequadamente, levando à redução do cálcio e aumento do PTH para tentar restaurar os níveis de cálcio no sangue.
Hipocalcemia idiopática: Quando os níveis de cálcio no sangue estão baixos, o PTH intacto é medido para avaliar se a causa está relacionada a uma secreção inadequada de PTH.
PTH e Cálcio Total
A relação entre os níveis de PTH e cálcio é uma das principais considerações para a avaliação de distúrbios paratireoides. Quando os níveis de cálcio estão elevados, o PTH deve ser medido para verificar a função das glândulas paratireoides.
Em situações de hipercalcemia, um nível elevado de PTH pode indicar hiperparatireoidismo primário. Quando o PTH está baixo, a causa da hipercalcemia pode ser uma condição maligna, como câncer.
Por outro lado, em caso de hipocalcemia, o PTH normalmente está elevado como parte do mecanismo de resposta do corpo para restaurar os níveis de cálcio. Se o PTH está baixo, a causa pode ser hipoparatireoidismo, onde a secreção do hormônio é inadequada.
PTH e Fósforo
O fósforo é outro elemento importante na avaliação da função paratireoide, pois o PTH tem um efeito direto na redução da reabsorção renal de fósforo. Níveis elevados de fósforo no sangue, quando combinados com níveis elevados de PTH, podem indicar hiperparatireoidismo secundário, como visto em doenças renais crônicas.
Condições Clínicas Relacionadas ao PTH
Hiperparatireoidismo Primário
No hiperparatireoidismo primário, as glândulas paratireoides secretam PTH em excesso, resultando em níveis elevados de cálcio no sangue (hipercalcemia). Esse distúrbio é frequentemente causado por adenoma ou hiperplasia das glândulas paratireoides. Os exames laboratoriais revelam níveis elevados de PTH e cálcio sérico, com níveis reduzidos de fósforo.
Hiperparatireoidismo Secundário
O hiperparatireoidismo secundário ocorre em resposta a baixos níveis de cálcio, frequentemente associados a insuficiência renal crônica. Nesse caso, os rins não conseguem excretar fósforo e ativar a vitamina D, levando a níveis elevados de PTH, uma tentativa do corpo de normalizar o cálcio. O PTH será elevado, enquanto o cálcio estará baixo.
Hipoparatireoidismo
No hipoparatireoidismo, a secreção de PTH é insuficiente, resultando em baixos níveis de cálcio no sangue. A hipocalcemia pode causar sintomas como espasmos musculares, convulsões e dormência. O exame de PTH revelará níveis baixos ou indetectáveis.
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A dosagem de PTH é um exame fundamental na avaliação de distúrbios relacionados ao metabolismo do cálcio e fósforo. Ele é usado para diagnosticar uma série de condições, como hiperparatireoidismo primário, secundário, hipocalcemia e hipercalcemia, e também para monitorar a resposta ao tratamento de doenças ósseas e renais. A análise de PTH, em conjunto com os níveis de cálcio e fósforo, oferece uma visão detalhada da função das glândulas paratireoides e da homeostase mineral do corpo.
O exame de PTH, especialmente na forma intacta, fornece dados cruciais para determinar a causa subjacente dos desequilíbrios no cálcio sanguíneo, permitindo intervenções precoces e tratamentos adequados para melhorar o prognóstico do paciente.
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