Painel de sepse (inclui hemocultura + outros marcadores)

 Painel de sepse
(inclui hemocultura + outros marcadores)


O painel de sepse é um conjunto de exames que integra a hemocultura a outros marcadores laboratoriais, sendo fundamental para o diagnóstico precoce e o manejo de infecções graves. Vamos acompanhar o caso de Clara, uma mulher de 38 anos que chegou ao pronto-socorro às 14:50 de 30 de maio de 2025, com febre alta, taquicardia e dificuldade respiratória. O médico suspeitou de sepse, uma resposta inflamatória sistêmica potencialmente fatal desencadeada por infecção. Para confirmar o diagnóstico e identificar a origem, ele solicitou um painel de sepse.

O primeiro componente do painel foi a hemocultura. Foram coletadas três amostras de sangue de 10 mL, inoculadas em frascos BACTEC™ Aerobic/F e Anaerobic/F, e incubadas para detectar o crescimento de microrganismos. Paralelamente, o painel incluiu outros marcadores: a contagem de leucócitos, a proteína C-reativa (PCR), a procalcitonina (PCT) e o lactato sérico. A contagem de leucócitos de Clara revelou 18.000/mm³ (acima do normal), indicando infecção. A PCR estava em 150 mg/L (muito elevada), e a procalcitonina, em 10 ng/mL, sugeria uma infecção bacteriana grave. O lactato, em 4 mmol/L, apontava para hipóxia tecidual, um sinal de choque séptico.

Enquanto os resultados da hemocultura ainda estavam pendentes – o que poderia levar 24 a 48 horas – os marcadores laboratoriais permitiram ao médico iniciar uma abordagem imediata. A procalcitonina elevada orientou o uso empírico de antibióticos de largo espectro, como piperacilina-tazobactam, enquanto o lactato alto levou à administração agressiva de fluidos intravenosos. Esses marcadores são cruciais, pois a sepse tem uma mortalidade que aumenta 7,6% por hora sem tratamento adequado, segundo a Critical Care Medicine (2014).

Após 36 horas, a hemocultura confirmou o crescimento de Streptococcus pneumoniae, corroborando a suspeita de pneumonia como fonte da sepse. Um antibiograma foi realizado, indicando sensibilidade à ceftriaxone, o que permitiu ajustar a antibioticoterapia. O painel de sepse, ao combinar hemocultura com marcadores inflamatórios, oferece uma visão abrangente: a hemocultura identifica o patógeno, enquanto PCR e procalcitonina avaliam a gravidade da resposta inflamatória, e o lactato monitora a perfusão tecidual.

Apesar de sua eficácia, o painel tem limitações. A hemocultura pode ser negativa em até 30% dos casos de sepse, especialmente se o paciente já estiver em uso de antibióticos. Além disso, marcadores como a procalcitonina podem ser elevados em outras condições inflamatórias, exigindo interpretação clínica cuidadosa. No entanto, a abordagem integrada salvou Clara. Às 08:00 de 1º de junho de 2025, após três dias de tratamento, sua febre diminuiu, o lactato caiu para 1,5 mmol/L, e os sinais vitais estabilizaram.

O painel de sepse é uma ferramenta poderosa na medicina de emergência, permitindo intervenções rápidas e direcionadas. Para Clara, a combinação de hemocultura e marcadores foi decisiva, destacando a importância de um diagnóstico multifacetado para combater uma das condições mais letais na prática clínica.


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