Registro da hora de chegada das amostras ao laboratório
Registro da Hora de Chegada das
Amostras ao Laboratório
O registro da hora de chegada das amostras ao laboratório é uma etapa essencial no fluxo de trabalho laboratorial, frequentemente subestimada, mas de importância crítica para a rastreabilidade, a integridade dos resultados e a garantia da qualidade dos processos. Esse procedimento simples, quando executado com rigor, sustenta um dos pilares do controle de qualidade analítica e permite que todos os eventos relacionados à amostra sejam corretamente monitorados desde sua coleta até a liberação dos resultados.
Narrativamente, imagine-se em um laboratório clínico em uma manhã movimentada. Às 07h45, chegam amostras coletadas em um posto de saúde remoto, acompanhadas de uma requisição padrão. A técnica responsável pela triagem verifica os dados, confere os rótulos e registra cuidadosamente a hora de chegada no sistema informatizado. Essa informação, aparentemente rotineira, carrega um peso significativo. Ela marca o momento em que o laboratório assume oficialmente a responsabilidade pela integridade da amostra e passa a ser auditável em qualquer etapa posterior.
Do ponto de vista científico e regulatório, o registro da hora de chegada é fundamental para avaliar o tempo decorrido desde a coleta até o processamento da amostra, conhecido como tempo pré-analítico. Em análises clínicas, esse intervalo pode interferir diretamente na estabilidade de determinados analitos. Por exemplo, amostras de sangue destinadas à dosagem de potássio ou glicose são sensíveis ao tempo e à temperatura; atrasos ou falhas na refrigeração podem comprometer os resultados, levando a erros diagnósticos.
Pedagogicamente, é necessário reforçar junto às equipes técnicas e estudantes de análises clínicas que o registro não é apenas uma formalidade administrativa. Ele representa uma barreira de proteção à qualidade, contribuindo para a confiabilidade dos dados laboratoriais. Em auditorias internas ou externas, esse dado é uma das primeiras referências consultadas para a reconstituição de eventuais não conformidades. Além disso, ele permite o cálculo preciso do tempo de permanência da amostra no laboratório e a identificação de gargalos logísticos, o que favorece melhorias contínuas nos processos.
Em laboratórios acreditados ou em busca de certificações, como a ISO 15189, o registro da hora de chegada faz parte dos requisitos documentais exigidos. Não tê-lo de forma precisa e acessível pode significar a perda de evidências de conformidade e impactar diretamente na credibilidade da instituição.
Por fim, vale ressaltar que a digitalização dos processos laboratoriais, com uso de sistemas de gestão laboratorial (LIS), tem facilitado o registro automatizado e preciso da hora de chegada. No entanto, a responsabilidade ética e técnica continua sendo dos profissionais envolvidos, que devem garantir que o processo seja fiel à realidade e respeite os padrões estabelecidos.
Assim, o simples ato de registrar a hora de chegada de uma amostra representa um elo vital na cadeia da qualidade laboratorial, protegendo a confiabilidade do diagnóstico e, em última instância, a saúde do paciente.
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