Os 25 principais exames laboratoriais para o diagnostico de Cancer
Os 25 principais exames laboratoriais para o diagnostico de Cancer
O câncer é um grupo heterogêneo de doenças caracterizadas pelo crescimento descontrolado de células anormais, com potencial de invasão e metástase. O diagnóstico precoce é crucial para melhorar os desfechos, e exames laboratoriais desempenham um papel fundamental na triagem, diagnóstico, estadiamento e monitoramento de diversos tipos de câncer. Embora o diagnóstico definitivo frequentemente dependa de biópsias e exames de imagem, testes laboratoriais ajudam a identificar alterações sistêmicas, marcadores tumorais e condições associadas.
1. Hemograma Completo
O hemograma completo é um exame inicial para avaliar alterações hematológicas. Anemia (baixa hemoglobina) pode indicar sangramento crônico (ex.: câncer colorretal) ou infiltração medular (ex.: leucemia). Leucocitose ou leucopenia pode sugerir leucemias ou linfomas, enquanto trombocitopenia pode estar associada a mielodisplasias ou metástases ósseas.
2. Proteína C-Reativa (PCR)
A PCR é um marcador inflamatório inespecífico elevado em muitos cânceres, como linfomas e carcinomas, devido à inflamação sistêmica. Embora não seja específica, ajuda a avaliar a gravidade da doença e monitorar a resposta ao tratamento.
3. Velocidade de Hemossedimentação (VHS)
A VHS está frequentemente elevada em cânceres, como mieloma múltiplo e linfoma de Hodgkin, refletindo inflamação crônica. É um exame complementar, usado em conjunto com outros marcadores.
4. Lactato Desidrogenase (LDH)
O LDH está elevado em cânceres com alta proliferação celular, como linfomas, leucemias e tumores sólidos com metástases. É um marcador prognóstico em vários tipos de câncer.
5. Antígeno Carcinoembrionário (CEA)
O CEA é um marcador tumoral usado principalmente no câncer colorretal, mas também em cânceres gástricos, pancreáticos e de pulmão. Níveis elevados sugerem doença avançada ou recorrência, embora não sejam específicos para diagnóstico inicial.
6. Antígeno CA 19-9
O CA 19-9 é amplamente utilizado no câncer pancreático e de vias biliares. Apesar de sua baixa especificidade, é útil para monitoramento e avaliação de resposta ao tratamento em pacientes com diagnóstico confirmado.
7. Antígeno CA 125
O CA 125 é o principal marcador para câncer de ovário, mas também pode estar elevado em outros cânceres (ex.: peritoneal, endometrial). É usado para triagem em mulheres com alto risco e para monitoramento pós-tratamento.
8. Alfa-Fetoproteína (AFP)
A AFP é um marcador para carcinoma hepatocelular e tumores germinativos (ex.: testiculares). É essencial em pacientes com cirrose ou hepatite crônica, ajudando na triagem e diagnóstico precoce.
9. Gonadotrofina Coriônica Humana (β-hCG)
A β-hCG está elevada em tumores germinativos (testiculares, ovarianos) e coriocarcinoma. É um marcador sensível para diagnóstico e monitoramento de resposta terapêutica.
10. Antígeno Prostático Específico (PSA)
O PSA é o principal marcador para câncer de próstata. Níveis elevados, especialmente com aumento da fração livre, sugerem maior risco de malignidade, embora benignidades como hiperplasia prostática possam elevar o PSA.
11. Beta-2 Microglobulina
Este marcador é usado em mieloma múltiplo e linfomas, refletindo carga tumoral e prognóstico. Níveis elevados estão associados a pior evolução da doença.
12. Ferritina
Níveis elevados de ferritina podem indicar inflamação crônica ou cânceres como linfomas e carcinoma hepatocelular. Também é útil para avaliar anemia associada ao câncer.
13. Função Hepática (TGO, TGP, GGT, FA)
Testes de função hepática são cruciais para detectar metástases hepáticas ou câncer primário do fígado. Elevações de gama-glutamil transferase (GGT) e fosfatase alcalina (FA) sugerem obstrução biliar ou infiltração tumoral.
14. Função Renal (Creatinina, Ureia)
A função renal é avaliada para detectar complicações como síndrome paraneoplásica (ex.: hipercalcemia) ou toxicidade de quimioterapia. Também é relevante em tumores renais ou uroteliais.
15. Eletrólitos (Sódio, Potássio, Cálcio)
Hipercalcemia é comum em cânceres como mieloma múltiplo, câncer de pulmão e metástases ósseas. Hiponatremia pode ocorrer em síndrome de secreção inapropriada de ADH (SIADH), associada a câncer de pulmão de pequenas células.
16. Dímero-D
O dímero-D é usado para avaliar risco de tromboembolismo venoso, uma complicação frequente em pacientes com câncer, especialmente pancreático e cerebral. Níveis normais têm alto valor preditivo negativo.
17. Troponina
Níveis elevados de troponina podem indicar cardiotoxicidade por quimioterapia ou metástases cardíacas, embora sejam raras. É útil em pacientes com sintomas cardiovasculares.
18. Peptídeo Natriurético Tipo B (BNP)
O BNP é avaliado em pacientes com suspeita de insuficiência cardíaca induzida por quimioterapia ou metástases. Ajuda a diferenciar dispneia de origem cardíaca de causas pulmonares tumorais.
19. Hemocultura
Hemoculturas são indicadas em pacientes com febre e suspeita de infecção secundária a imunossupressão por câncer ou quimioterapia, como em leucemias ou linfomas.
20. Imunoeletroforese de Proteínas
Este exame é essencial no diagnóstico de mieloma múltiplo, identificando picos monoclonais de imunoglobulinas (ex.: IgG, IgA) ou cadeias leves (proteína de Bence Jones).
21. Testes de Coagulação (TP, TTPA)
Alterações na coagulação, como tempo de protrombina prolongado, podem indicar disfunção hepática por metástases ou coagulação intravascular disseminada em cânceres avançados.
22. Vitamina D
Baixos níveis de vitamina D estão associados a maior risco de certos cânceres, como colorretal e mama. A dosagem pode orientar suplementação e avaliar saúde óssea em pacientes com metástases.
23. Interleucinas (IL-6, IL-8)
Citocinas inflamatórias, como IL-6, estão elevadas em cânceres associados à inflamação, como linfomas e carcinomas. São mais usadas em pesquisa, mas podem indicar prognóstico.
24. Testes Genéticos (BRCA, KRAS, EGFR)
Painéis genéticos identificam mutações específicas, como BRCA1/2 em câncer de mama/ovário, KRAS em colorretal ou EGFR em pulmão. São cruciais para terapias-alvo e medicina personalizada.
25. Biópsia Líquida (ctDNA)
A biópsia líquida detecta DNA tumoral circulante no sangue, sendo promissora para diagnóstico precoce, monitoramento de mutações e detecção de recorrência em cânceres como pulmão, mama e colorretal. Seu uso está em expansão.
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Os exames laboratoriais no diagnóstico de câncer são ferramentas complementares à biópsia e exames de imagem. Marcadores tumorais como CEA, CA 19-9, CA 125, AFP, PSA e β-hCG são amplamente utilizados para triagem, diagnóstico e monitoramento, mas carecem de especificidade para uso isolado. Exames como hemograma, função hepática, renal e eletrólitos ajudam a avaliar o impacto sistêmico do câncer e complicações como hipercalcemia ou tromboembolismo. Biomarcadores inflamatórios (PCR, IL-6) e genéticos (BRCA, EGFR) oferecem insights sobre prognóstico e terapias personalizadas, enquanto a biópsia líquida representa uma fronteira promissora. A escolha dos exames deve ser guiada pelo tipo de câncer suspeitado, contexto clínico e diretrizes como as da NCCN, integrando achados laboratoriais com avaliação clínica e histopatológica para um diagnóstico preciso e manejo otimizado.
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