Os 25 principais exames laboratoriais para o diagnostico da Doença de Alzheimer e Outras Demências
Os 25 principais exames laboratoriais para o diagnostico da Doença de Alzheimer e Outras Demências
A Doença de Alzheimer (DA) e outras demências, como a demência vascular, a demência com corpos de Lewy e a demência frontotemporal, são condições neurodegenerativas caracterizadas por declínio cognitivo progressivo. O diagnóstico é primariamente clínico, baseado em critérios como os do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5) e da National Institute on Aging-Alzheimer’s Association (NIA-AA), mas exames laboratoriais são essenciais para descartar causas reversíveis de declínio cognitivo, identificar comorbidades e, mais recentemente, detectar biomarcadores específicos.
1. Hemograma Completo
O hemograma completo é um exame inicial para descartar causas de disfunção cognitiva, como anemia (baixa hemoglobina), que pode causar fadiga e confusão, ou infecções crônicas (leucocitose), que podem mimetizar sintomas de demência.
2. Vitamina B12
A deficiência de vitamina B12 pode causar sintomas neuropsiquiátricos, incluindo declínio cognitivo, confusão e demência reversível. A dosagem sérica é recomendada em todos os pacientes com suspeita de demência.
3. Ácido Fólico
Baixos níveis de folato estão associados a declínio cognitivo e podem exacerbar sintomas de demência. A dosagem é útil para identificar deficiências nutricionais tratáveis.
4. Homocisteína
Níveis elevados de homocisteína estão associados a risco aumentado de DA e demência vascular. Este exame é complementar à avaliação de vitamina B12 e folato, pois a deficiência destes eleva a homocisteína.
5. Hormônios Tireoidianos (TSH, T4 Livre)
O hipotireoidismo pode causar sintomas como letargia, dificuldade de concentração e declínio cognitivo, mimetizando demência. A dosagem de TSH e T4 livre é essencial para descartar disfunções tireoidianas.
6. Glicemia de Jejum
A hiperglicemia, associada ao diabetes tipo 2, é um fator de risco para demência vascular e DA. A glicemia de jejum ajuda a identificar alterações metabólicas que podem contribuir para o declínio cognitivo.
7. Hemoglobina Glicada (HbA1c)
A HbA1c avalia o controle glicêmico a longo prazo. Níveis elevados estão associados a maior risco de demência, especialmente vascular, e são importantes para manejo de comorbidades.
8. Perfil Lipídico
Alterações em colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos estão ligadas ao risco de demência vascular e DA. O perfil lipídico é útil para avaliar fatores de risco cardiovascular.
9. Função Renal (Creatinina, Ureia)
A insuficiência renal pode causar sintomas neurológicos, como confusão, que mimetizam demência. A avaliação da função renal é importante, especialmente em idosos.
10. Função Hepática (TGO, TGP, GGT, FA)
Testes de função hepática ajudam a descartar encefalopatia hepática, uma causa reversível de declínio cognitivo. Alterações também podem indicar comorbidades ou toxicidade medicamentosa.
11. Eletrólitos (Sódio, Potássio, Cálcio)
Desequilíbrios eletrolíticos, como hiponatremia ou hipercalcemia, podem causar confusão e sintomas cognitivos. A monitorização é crucial em pacientes idosos ou com medicações.
12. Proteína C-Reativa (PCR)
A PCR, um marcador inflamatório, está elevada em estados pró-inflamatórios associados à DA. Embora inespecífica, pode indicar inflamação sistêmica contribuindo para neurodegeneração.
13. Interleucina-6 (IL-6)
A IL-6, uma citocina inflamatória, está elevada na DA e outras demências, refletindo neuroinflamação. Seu uso é mais comum em pesquisa do que na prática clínica.
14. Vitamina D
A deficiência de 25-hidroxivitamina D é prevalente em pacientes com DA e associada a maior risco de declínio cognitivo. A dosagem sérica orienta a suplementação.
15. Beta-Amiloide (Aβ42) no Líquido Cefalorraquidiano (LCR)
A redução de Aβ42 no LCR é um biomarcador específico para DA, refletindo a formação de placas amiloides. É amplamente usado em centros especializados para diagnóstico precoce.
16. Proteína Tau Total e Fosforilada (p-Tau) no LCR
Níveis elevados de tau total e p-tau no LCR são marcadores de neurodegeneração na DA. A combinação com Aβ42 aumenta a especificidade diagnóstica.
17. Neurofilamento Leve (NfL) no LCR ou Sangue
O NfL é um marcador de dano neuronal elevado em DA e outras demências, como frontotemporal e com corpos de Lewy. Sua dosagem no sangue é uma alternativa promissora ao LCR.
18. Ferritina
Níveis alterados de ferritina podem indicar inflamação crônica ou anemia, que exacerbam sintomas cognitivos. É útil para avaliar o status inflamatório e metabólico.
19. Testes Genéticos (APOE ε4)
O alelo APOE ε4 é um fator de risco genético para DA esporádica. Testes genéticos são usados em pesquisa ou em casos com forte história familiar, mas não são rotineiros.
20. Sífilis (VDRL, FTA-ABS)
A neurossífilis pode causar declínio cognitivo progressivo, mimetizando demência. Testes sorológicos, como VDRL e FTA-ABS, são indicados para descartar essa causa tratável.
21. HIV
A infecção por HIV pode levar à demência associada ao HIV. Testes sorológicos são recomendados em pacientes com fatores de risco ou sintomas atípicos.
22. Cortisol
Alterações no eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, com elevação de cortisol, podem exacerbar sintomas cognitivos. É mais usado em pesquisa, mas pode ser avaliado em casos específicos.
23. BDNF (Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro)
Níveis reduzidos de BDNF no sangue ou LCR estão associados à DA, refletindo perda de neuroplasticidade. Seu uso é predominantemente em estudos.
24. Marcadores de Estresse Oxidativo
Marcadores como malondialdeído ou 8-hidroxiguanosina estão elevados na DA devido ao estresse oxidativo. São promissores, mas restritos à pesquisa.
25. Biópsia Líquida (Aβ e Tau no Sangue)
A dosagem de Aβ42/40 e p-tau181 no plasma é uma abordagem emergente para diagnóstico precoce da DA. Esses biomarcadores oferecem alta sensibilidade e são menos invasivos que o LCR.
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Os exames laboratoriais no diagnóstico da Doença de Alzheimer e outras demências são cruciais para descartar causas reversíveis, avaliar comorbidades e, mais recentemente, identificar biomarcadores específicos. Exames como hemograma, vitamina B12, folato, TSH e eletrólitos são essenciais para excluir condições tratáveis, como deficiências nutricionais ou disfunções metabólicas. Biomarcadores no LCR, como Aβ42, tau e NfL, são altamente específicos para DA, enquanto testes no sangue, como biópsia líquida, representam avanços promissores. Marcadores inflamatórios (PCR, IL-6) e genéticos (APOE ε4) oferecem insights sobre risco e progressão, mas têm uso limitado na prática clínica. A integração desses exames com avaliação clínica, testes neuropsicológicos e neuroimagem, conforme diretrizes da NIA-AA, é fundamental para um diagnóstico preciso e manejo otimizado, especialmente em estágios iniciais onde intervenções podem ser mais eficazes.
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