Robôs para pré e pós-analítica otimizaram fluxos de trabalho
A automação laboratorial tem transformado os processos pré e pós-analíticos em laboratórios clínicos e de pesquisa, promovendo maior eficiência, precisão e rastreabilidade. Sistemas robóticos, como o LabCell da Beckman Coulter e as plataformas Fluent e Freedom EVO da Tecan, têm se destacado por otimizar fluxos de trabalho, reduzindo erros humanos, aumentando a produtividade e garantindo conformidade com normas regulatórias.
Os processos pré-analíticos abrangem etapas como recebimento, identificação, triagem, centrifugação e alíquota de amostras, enquanto os pós-analíticos incluem armazenamento, descarte e gerenciamento de dados. Essas fases são críticas, pois erros pré-analíticos podem representar até 70% dos problemas em resultados laboratoriais, e falhas pós-analíticas podem comprometer a rastreabilidade e a integridade dos dados. Sistemas robóticos, como o LabCell, integram módulos para manipulação de amostras, leitura de códigos de barras, centrifugação e preparação para análise, reduzindo a intervenção manual. A plataforma Fluent da Tecan, por sua vez, combina braços robóticos flexíveis para pipetagem e transporte de amostras, otimizando tanto fluxos pré quanto pós-analíticos com alta capacidade de processamento.
A Tecan Fluent é um exemplo de workstation automatizada que suporta fluxos de trabalho complexos, desde a manipulação de amostras em placas de 6 a 1.536 poços até a integração com incubadoras e centrífugas. Sua tecnologia de detecção capacitiva de nível de líquido (cLLD) e software FluentControl permitem monitoramento em tempo real, minimizando erros como aspiração inadequada ou obstrução por coágulos. O LabCell, projetado para laboratórios de alto volume, automatiza tarefas como decapping, alíquota e arquivamento, processando milhares de amostras por hora com rastreabilidade total. Essas plataformas são compatíveis com normas como ISO 13485 e 21 CFR Parte 820, garantindo conformidade em ambientes regulados, como laboratórios clínicos e de GMP.
Os benefícios dos robôs para pré e pós-análise são numerosos. Primeiramente, a automação reduz erros humanos, como identificação incorreta de amostras ou falhas na pipetagem, que podem comprometer resultados. Estudos indicam que sistemas automatizados podem diminuir taxas de erro pré-analítico em até 80%. Além disso, a automação aumenta a produtividade, permitindo operação contínua e processamento de grandes volumes de amostras. A Fluent, por exemplo, utiliza braços robóticos de alta velocidade que executam múltiplas tarefas em paralelo, reduzindo o tempo de ciclo. O LabCell otimiza o espaço laboratorial com design modular, integrando dispositivos periféricos, como centrífugas e sistemas de armazenamento. A segurança é outro benefício, pois a automação minimiza a exposição dos operadores a amostras biológicas potencialmente infecciosas, enquanto a redução no uso de consumíveis promove sustentabilidade.
A integração de inteligência artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT) tem potencializado esses sistemas. A Fluent utiliza IA para interpretar curvas de pressão durante a pipetagem, identificando anomalias e garantindo precisão. A IoT permite monitoramento remoto do desempenho dos equipamentos e das condições ambientais, como temperatura e umidade, otimizando a manutenção preventiva. O software Introspect da Tecan, por exemplo, fornece análises preditivas para maximizar a utilização dos instrumentos, enquanto o LabCell integra sistemas de gerenciamento laboratorial (LIS) para rastreamento de dados em tempo real.
Apesar das vantagens, a implementação enfrenta desafios. O custo inicial de sistemas como o LabCell ou Fluent pode ser proibitivo para laboratórios menores. A integração com equipamentos legados exige planejamento cuidadoso para garantir interoperabilidade, conforme diretrizes da Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). A capacitação de pessoal é outro obstáculo, exigindo treinamento em programação, operação e manutenção. Além disso, a cibersegurança é uma preocupação crescente, com diretrizes da ISO/IEC 27001 recomendando proteção contra violações de dados em sistemas conectados. A resistência cultural à automação também pode dificultar a adoção, necessitando de estratégias de gestão da mudança.
Olhando para o futuro, a automação pré e pós-analítica está alinhada com a Indústria 5.0, combinando robótica avançada com colaboração humana. Avanços em IA, como algoritmos preditivos para manutenção, e a integração de realidade aumentada para treinamento prometem maior eficiência. A Tecan, por exemplo, está desenvolvendo soluções como a Veya, que simplifica fluxos de trabalho com scripts pré-desenvolvidos para purificação de ácidos nucleicos e preparação de bibliotecas de NGS. O LabCell, com sua modularidade, continuará a se adaptar às crescentes demandas por personalização. Em conclusão, robôs como o LabCell e as plataformas Tecan transformam os fluxos de trabalho laboratoriais, reduzindo erros, aumentando a eficiência e promovendo sustentabilidade. Apesar dos desafios, a adoção de diretrizes rigorosas e inovações tecnológicas posiciona essas soluções como pilares para laboratórios modernos, preparados para atender às exigências de diagnóstico e pesquisa em um cenário dinâmico e competitivo.
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