Citologia em Líquidos para Análise Histopatológica

 Citologia em Líquidos para Análise Histopatológica



A citologia em líquidos, como o lavado broncoalveolar e o líquido ascítico, é uma técnica essencial na preparação de amostras biológicas para análise histopatológica, permitindo a identificação de células anormais em fluidos corporais. Do ponto de vista do auxiliar técnico de anatomia patológica, esse processo exige precisão, atenção aos detalhes e adesão a protocolos rigorosos para garantir que o material celular seja adequadamente preparado para a análise microscópica. O auxiliar desempenha um papel fundamental na manipulação, fixação e preparação de esfregaços, como os corados pelo método de Papanicolau, contribuindo para diagnósticos de condições como infecções, inflamações ou neoplasias.

O processo começa com a recepção do fluido no laboratório, geralmente em frascos estéreis contendo lavado broncoalveolar (obtido de pulmões) ou líquido ascítico (coletado da cavidade peritoneal). O auxiliar técnico verifica a identificação da amostra, conferindo informações como nome do paciente, origem do fluido e solicitação médica. Ele registra o material no sistema do laboratório, garantindo a rastreabilidade, e avalia as condições do fluido, como volume e presença de coágulos. Amostras frescas devem ser processadas rapidamente para evitar a degradação celular, e o auxiliar mantém o material refrigerado, se necessário, até o início do preparo.

A centrifugação é a etapa inicial para concentrar as células do fluido. O auxiliar técnico transfere o líquido para tubos de centrífuga, operando o equipamento em rotações e tempos específicos, geralmente entre 1500 e 2000 RPM por 5 a 10 minutos, dependendo do protocolo. Essa etapa separa o sedimento celular do sobrenadante, que é descartado com cuidado. O auxiliar utiliza equipamentos de proteção individual (EPIs), como luvas e aventais, e trabalha em capelas de biossegurança para evitar contaminação, especialmente em fluidos potencialmente infecciosos, como os de pacientes com suspeita de tuberculose.

Após a centrifugação, o sedimento celular é fixado em álcool 95% para preservar as estruturas celulares e preparar os esfregaços. O auxiliar técnico resssuspende o sedimento em uma pequena quantidade de álcool, utilizando pipetas para homogeneizar a amostra. Com uma pipeta ou espátula, ele espalha o material em lâminas de vidro, formando uma camada fina e uniforme, ideal para a coloração. A fixação em álcool é crítica, pois evita a autólise e mantém a integridade das células, sendo especialmente importante para o método de Papanicolau, que destaca detalhes nucleares e citoplasmáticos.

A coloração pelo método de Papanicolau é amplamente utilizada na citologia em líquidos, tingindo os núcleos de azul ou roxo e o citoplasma em tons de verde, laranja ou azul, dependendo da composição celular. O auxiliar técnico prepara as soluções corantes, seguindo protocolos padronizados, e submerge as lâminas em banhos sequenciais de hematoxilina, corantes OG-6 e EA, com lavagens intermediárias em álcool. Ele ajusta os tempos de coloração, geralmente entre 1 e 5 minutos por banho, para garantir contraste adequado. Após a coloração, as lâminas passam por desidratação em álcool e clarificação em xilol, sendo cobertas com lamínulas usando resina de montagem.

A biossegurança é uma prioridade durante todo o processo. O auxiliar técnico manipula fluidos biológicos com cuidado, utilizando capelas de exaustão para evitar a exposição a aerossóis e descartando resíduos conforme normas ambientais e de segurança. Ele também mantém os equipamentos, como centrífugas e áreas de trabalho, limpos e desinfetados. A organização das lâminas coradas, com identificação clara, é outra responsabilidade do auxiliar, que as entrega ao patologista para análise microscópica, arquivando cópias ou sobras de material para eventuais reavaliações.

O trabalho do auxiliar técnico na citologia em líquidos combina agilidade e precisão, pois os fluidos são sensíveis e exigem processamento rápido. Sua habilidade em preparar esfregaços uniformes e corados adequadamente garante que o patologista possa identificar alterações celulares, como células malignas ou agentes infecciosos, com clareza. Com responsabilidade e atenção, o auxiliar assegura a qualidade das lâminas, contribuindo diretamente para diagnósticos que orientam o tratamento do paciente.



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