Coloração por Hematoxilina e Eosina (H&E)

 Coloração por Hematoxilina e Eosina (H&E)


A coloração por hematoxilina e eosina (H&E) é a técnica padrão na histopatologia, utilizada para destacar as estruturas celulares e facilitar a análise microscópica, sendo um processo essencial no trabalho do auxiliar técnico de anatomia patológica. Essa técnica tinge os núcleos celulares de azul ou roxo com hematoxilina e o citoplasma e outros componentes teciduais de tons de rosa com eosina, proporcionando contraste claro para o patologista avaliar alterações celulares. O auxiliar técnico desempenha um papel central na execução precisa dessa coloração, garantindo que as lâminas estejam prontas para um diagnóstico confiável, com atenção a cada detalhe do procedimento.

O processo começa com a preparação das lâminas, que já contêm cortes histológicos de 3 a 5 micrômetros, obtidos a partir de blocos de parafina ou tecidos congelados. O auxiliar técnico verifica a identificação das lâminas, conferindo os códigos com os registros do laboratório para assegurar a rastreabilidade. Antes da coloração, as lâminas passam por uma desparafinização, caso sejam de blocos de parafina, utilizando xilol para remover a parafina, seguida de reidratação em banhos de álcool de concentrações decrescentes e água. Essa etapa é crucial para preparar o tecido para a penetração dos corantes, e o auxiliar deve garantir que os solventes estejam em boas condições.

A coloração com hematoxilina é a primeira etapa do tingimento. A hematoxilina, um corante básico, reage com componentes ácidos dos núcleos celulares, como o DNA, tingindo-os de azul ou roxo. O auxiliar técnico mergulha as lâminas em uma solução de hematoxilina por alguns minutos, ajustando o tempo conforme o protocolo do laboratório, geralmente entre 3 e 5 minutos. Após a coloração, as lâminas passam por lavagens em água para remover o excesso de corante e, em seguida, por uma solução alcalina, como água de amoníaco, para intensificar o tom azul dos núcleos. O auxiliar monitora cuidadosamente esses passos para evitar uma coloração excessiva, que pode mascarar detalhes celulares.

Em seguida, a eosina, um corante ácido, é aplicada para tingir o citoplasma e a matriz extracelular em tons de rosa. O auxiliar técnico submerge as lâminas em uma solução de eosina por 1 a 2 minutos, ajustando o tempo para garantir um contraste adequado com a hematoxilina. Após a eosina, as lâminas são lavadas em álcool para remover o excesso de corante e desidratadas em banhos alcoólicos de concentrações crescentes, preparando-as para a clarificação em xilol. O auxiliar deve estar atento à qualidade das soluções, pois corantes vencidos ou contaminados podem resultar em lâminas com coloração fraca ou irregular.

Após a coloração, as lâminas são cobertas com lamínulas utilizando uma resina de montagem, como o bálsamo do Canadá, que protege o tecido e melhora a visualização microscópica. O auxiliar técnico aplica a resina com cuidado, usando uma pipeta ou aplicador, para evitar bolhas de ar que possam comprometer a leitura. As lâminas são então deixadas para secar, geralmente em estufas, e o auxiliar verifica a qualidade da coloração, garantindo que os núcleos estejam nítidos em azul e o citoplasma em tons de rosa, sem artefatos ou manchas.

A biossegurança é uma preocupação constante durante o processo. O auxiliar técnico utiliza equipamentos de proteção individual, como luvas e aventais, e trabalha em capelas de exaustão ao manipular xilol e outros solventes tóxicos. A manutenção das soluções corantes também é responsabilidade do auxiliar, que filtra a hematoxilina regularmente e substitui os reagentes conforme necessário para evitar contaminações. Além disso, ele organiza as lâminas coradas para entrega ao patologista, arquivando-as de forma sistemática para facilitar consultas futuras.

O sucesso da coloração por H&E depende da habilidade do auxiliar técnico em equilibrar tempos de exposição aos corantes e manter a consistência dos reagentes. Um tingimento bem-executado revela detalhes celulares cruciais, como alterações morfológicas ou presença de células anormais, que orientam o diagnóstico do patologista. Com precisão e cuidado, o auxiliar técnico assegura que cada lâmina esteja pronta para a análise, contribuindo diretamente para a qualidade do processo histopatológico e para decisões clínicas que impactam o tratamento do paciente.



Comentários

Postagens mais visitadas