Imuno-histoquímica para Análise Histopatológica
Imuno-histoquímica para Análise Histopatológica
A imuno-histoquímica (IHC) é uma técnica avançada na histopatologia que utiliza anticorpos para detectar proteínas específicas em cortes de tecido, como a proteína HER2 em casos de câncer de mama, permitindo diagnósticos mais precisos. Do ponto de vista do auxiliar técnico de anatomia patológica, esse processo exige precisão, conhecimento técnico e cuidado para preparar lâminas de alta qualidade, garantindo que o patologista possa identificar marcadores biológicos com clareza. A IHC é amplamente usada para avaliar características moleculares de doenças, orientando tratamentos personalizados, e o auxiliar desempenha um papel crucial na execução correta de cada etapa.
O processo começa com a recepção de cortes histológicos, geralmente obtidos de blocos de parafina, com espessura de 3 a 5 micrômetros. O auxiliar técnico verifica a identificação das lâminas, conferindo os códigos com os registros do laboratório para assegurar a rastreabilidade. Antes da aplicação dos anticorpos, as lâminas passam por desparafinização em xilol e reidratação em banhos alcoólicos de concentrações decrescentes, preparando o tecido para os reagentes. O auxiliar garante que os solventes estejam em boas condições, pois resíduos de parafina podem interferir na ligação dos anticorpos às proteínas-alvo.
A recuperação antigênica é uma etapa crítica na IHC, pois a fixação em formol pode mascarar epítopos (partes das proteínas reconhecidas pelos anticorpos). O auxiliar técnico utiliza métodos como calor (em banhos-maria ou micro-ondas) ou enzimas, como proteinase K, para expor os antígenos. Ele ajusta o tempo e a temperatura conforme o protocolo, geralmente entre 20 e 40 minutos a 95–100°C, para evitar danos ao tecido. Essa etapa exige atenção, pois uma recuperação inadequada pode levar a resultados falsos negativos, enquanto um excesso pode degradar o tecido.
Após a recuperação antigênica, o auxiliar aplica os anticorpos primários, específicos para a proteína de interesse, como HER2 ou Ki-67. Ele dilui os anticorpos conforme as especificações do fabricante e os aplica às lâminas, que são incubadas por períodos que variam de 30 minutos a algumas horas, dependendo do protocolo. Em seguida, anticorpos secundários marcados com enzimas, como peroxidase, são adicionados para amplificar o sinal. O auxiliar técnico utiliza sistemas automatizados ou manuais, garantindo que os reagentes sejam aplicados uniformemente e que as lavagens entre etapas, geralmente com soluções tampão, removam excessos sem comprometer a ligação.
A revelação do sinal é feita com cromógenos, como a diaminobenzidina (DAB), que produz uma coloração marrom nas áreas onde a proteína está presente. O auxiliar técnico controla o tempo de exposição ao cromógeno, geralmente de 2 a 5 minutos, para evitar coloração inespecífica. Após a revelação, as lâminas são contracoradas, frequentemente com hematoxilina, para destacar os núcleos celulares em azul, proporcionando contraste. As lâminas passam por desidratação em álcool, clarificação em xilol e são cobertas com lamínulas usando resina de montagem. O auxiliar verifica a qualidade da coloração, garantindo que o sinal seja nítido e sem artefatos.
A biossegurança é essencial durante todo o processo. O auxiliar técnico utiliza equipamentos de proteção individual, como luvas, aventais e óculos, e trabalha em capelas de exaustão ao manipular xilol e outros reagentes tóxicos. Ele também é responsável pela manutenção dos reagentes, armazenando anticorpos em temperaturas controladas (geralmente 2–8°C) e descartando resíduos químicos conforme normas ambientais. A limpeza de equipamentos, como pipetas e sistemas automatizados, é realizada regularmente para evitar contaminações cruzadas.
As lâminas são organizadas e entregues ao patologista para análise, com arquivamento sistemático para consultas futuras. O auxiliar técnico também pode colaborar na validação de controles positivos e negativos, que são incluídos para garantir a confiabilidade do teste. Sua habilidade em seguir protocolos rigorosos e manter a consistência das etapas assegura que a IHC revele marcadores específicos com precisão, como a expressão de HER2, que orienta terapias-alvo em câncer. Com cuidado e expertise, o auxiliar técnico contribui diretamente para diagnósticos que impactam o tratamento do paciente.
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